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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Falsários e suas muitas falsificações

PERCIVAL PUGGINA

Índios exibindo cocares zero quilômetro, com vistosas e irretocáveis penas de pobres aves, sem ninguém por elas?
Diziam que o PT não era como "os partidos tradicionais" e tinham razão - o PT é um partido que protege bandidos.
sponholz

A mais grave dimensão da falsidade ocorre quando ela se torna estratégia de ação e estilo de vida. Quando isso acontece - e está acontecendo no Brasil - o caráter dos indivíduos é destruído e a credibilidade das instituições que por desventura eles comandem se converte em lama.

O artigo 1º da lei que criou a Comissão da Verdade (CV) atribui-lhe a tarefa de "efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional". Memória, verdade e reconciliação. Qual a verdade que a CV busca? Ela busca conhecer os autores de crimes e agressões a direitos humanos que vitimaram os  guerrilheiros e terroristas camaradas de dona Dilma. Os muitos crimes e violações cometidos por essa mesma turma estariam inteiramente perdoados, esquecidos, cobertos por grossa camada de errorex, e rendem vultosas indenizações aos que os perpetraram. Para os comissários da CV, a anistia valeria para tais crimes, acima de qualquer dúvida. E a reconciliação? Ora, os proponentes e executantes dessa farsa, ungidos de falso espírito pacificador, assumiram uma tarefa em que não creem. E isso é farsa. Eles não acreditam em reconciliação (a menos que renda votos, como num abraço entre Lula e Maluf). Creem, nisto sim, em conflito, em revanche e em vingança. Tudo isso é ou não fraude ao Direito, à memória, à verdade e à História? Mas a falsificação, uma vez iniciada, não pára mais.

Querem outro exemplo? Quem pode considerar legítimos esses índios que vemos em Brasília, mobilizados pela governamental Funai, reivindicando demarcações de territórios para suas "nações"? Índios de caminhonete, calça jeans e que se abastecem em supermercados? Índios exibindo cocares zero quilômetro, com vistosas e irretocáveis penas de pobres aves, sem ninguém por elas? No entanto, os falsários, financiados por interesseiras ONGs internacionais, articulam para que obtenham cada vez maiores extensões de reservas, como se ainda vivessem, todos, da caça e da pesca. Pura manobra diversionista. O verdadeiro botim é a extraordinária biodiversidade e são as riquezas do subsolo.

Não são menos fraudulentos, por sua vez, muitos dos "quilombos" que pipocam em áreas nobres do território e do meio urbano nacional. Os falsários organizam esses grupos de interesse, insuflam ódio racial, excitam a cobiça, prometem vantagens patrimoniais, inventam fábulas sobre inexistentes quilombos e cuidam de ampliar o número de falsos quilombolas.

Uma vez assumida como estratégia de ação e estilo de vida, a falsidade se impõe em tudo. Por isso, os falsos dossiês, encomendado a falsários profissionais. Por isso se falsificam as informações sobre as contas públicas com a tal "contabilidade criativa". Por isso Dilma, ungida candidata à presidência, é apresentada à nação como grande gestora de um governo enrolado e enrolador. Por isso se apressam em fazer o que muito condenaram para não enfrentar o fracasso de soluções que nunca tiveram. Por isso diziam que o PT não era como "os partidos tradicionais" e tinham razão - o PT é um partido que protege bandidos. Por isso o falso apreço a direitos humanos, um apreço que tem cor partidária, que tem afeições e ódios ideológicos. Por isso as falsificações ditadas pelos mandamentos do "politicamente correto", que transformam reivindicações grupais e pautas políticas em pretensos direitos humanos.

A lista seria inesgotável. Os falsários compreendem suas estratégias e métodos como elementos da disputa e da preservação do poder e os aplicam em tudo. O certo, a verdade e o bem integram uma esfera de temas que sequer conhecem, onde não vão e onde não operam. Nos espaços em que atuam habitualmente não incidem exigências de ordem moral que não estejam referidas à manutenção do poder. Para quem ainda não percebeu, é a mesma ética assumida pelos falsos mártires do Mensalão.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Dilma sobrevoou cidades atingidas pela chuva para fazer campanha, mas em terra a população sofre

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Óleo de peroba – Engana-se quem pensa que Dilma Vana Rousseff, a presidente, sobrevoou as cidades mineiras e capixabas castigadas pela força da chuva apenas para cumprir seu papel de governante. Fosse de fato esse o objetivo, Dilma teria ido ao espírito Santo logo nas primeiras horas após o anúncio do desastre que matou dezenas de pessoas e desalojou milhares.
Dilma foi aos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo para fazer campanha na esteira da tragédia alheia, comportamento que só pode ser classificado como covarde. A força das águas da chuva provoca estragos inenarráveis, mas o mesmo acontece com a seca, que de maneira silenciosa devastou o Nordeste brasileiro nos últimos tempos. E em nenhum momento Dilma teve coragem para checar in loco os efeitos colaterais de um governo paralisado e marcado pela incompetência.
É importante salientar que o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, é do PSB, partido de Eduardo Campos, de Pernambuco, candidato à presidência da República em 2014. Campos, que até recentemente apoiava o governo de Dilma Rousseff, decidiu se juntar a Marina Silva para participar da corrida ao Palácio do Planalto.

Situação parecida acontece com o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, do PSDB. Candidato ao Senado Federal, Anastasia deve se eleger com muita facilidade, ao contrário do petista Fernando Pimentel, atual ministro do Desenvolvimento e candidato do PT ao Executivo mineiro, mas com poucas chances de vitória por enquanto. E Minas Gerais a situação está tão difícil para o PT, que o partido já pensa em trocar o candidato ao governo estadual como forma de evitar um mico a Pimentel, “companheiro de armas” da presidente.
Em suma, o que Dilma fez ao sobrevoar as cidades atingidas pela chuva foi tentar mostrar aos eleitores do PSB e do PSDB uma essência que não existe. Os eleitores devem estar atentos a essas incursões presidenciais, sempre recobertas pelo manto da falsidade, pois é sabido que a pauta política do momento é o processo eleitoral do próximo ano. E por conta disso as necessidades da população pouco importam.
Se a presidente estivesse realmente preocupada com as pessoas que foram alcançadas pela força da chuva, por certo o governo teria investido todos os recursos destinados à prevenção de desastres provocados pela natureza. Ao contrário, o governo paralisado do PT conseguiu investir, até agora, apenas 15% do orçamento previsto para obras de obras de contenção de encostas, drenagem e manejo de águas. Dos R$ 2,47 bilhões previstos, apenas R$ 384 milhões foram aplicados até quinta-feira (26).
Fonte: Ucho.Info

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Dilma Rousseff torra dinheiro para pegar carona na atrasada transposição do São Francisco

Efeitos especiais – É no mínimo covarde a forma como o governo de Dilma Rousseff lida com as questões prioritárias para o País. O projeto de transposição das águas do Rio São Francisco começou há anos, com um sem fim de promessas do messiânico e alcaguete Lula, mas muitas foram as paralisações absurdas, mesmo com a festa que o PT patrocinou em um dos canteiros de obra.

Como se sabe, entra e sai ano o Nordeste sofre com a estiagem, sem que o governo tome com antecedência alguma medida capaz de minimizar o calvário que açoita a dignidade dos brasileiros que vivem nessa região do País. Quando resolve agir, o governo está sempre atrasado, pois qualquer benefício é insuficiente para reparar os danos causados à população local, em especial a mais pobre.
Dando sequência à sua campanha antecipada, o que é uma afronta à Justiça Eleitoral, Dilma abriu os cofres para garantir a veiculação de uma campanha publicitária que trata da transposição das águias do Velho Chico. Com direito a efeitos especiais e infográficos que apontam os locais que serão beneficiados pela obra, o Ministério da Integração Nacional anuncia as maravilhas do projeto, mas não deixa claro quando as promessas sairão de cena para dar lugar à distribuição de água em uma das mais áridas regiões brasileiras.
Essa campanha publicitária é mais um acinte do paralisado governo de Dilma Rousseff, que deu continuidade ao loteamento da Esplanada dos Ministérios acreditando que as necessidades mais prementes dos brasileiros pudessem ser tratadas por velhacos da política nacional. A seca que afeta o Nordeste há décadas não pode ser transformada em ferramenta eleitoral, o que tem ocorrido com frequência.
Os brasileiros precisam reagir a mais um abuso do Palácio do Planalto, que não se incomoda com a gastança desenfreada do suado dinheiro do contribuinte. O Brasil está paralisado e enfrentando uma série crise econômica, sem que as autoridades tenham encontrado solução para tal, mas Dilma prefere cortar todos os quadrantes do território verde-louro para despejar sobre os incautos eleitores uma enxurrada de mentiras.
Nos últimos meses, o máximo que a presidente conseguiu fazer foi anunciar obras, privatizar diversos setores da economia e entregar máquinas às prefeituras. Não fosse esse trinômio que tem funcionado como muleta, o País estaria mais atolado na crise. A grande questão é que não há no País uma oposição capaz de desmentir Dilma e a súcia que a acompanha.
Fonte: Ucho.Info

Governo gasta para anunciar campanha de combate ao crack, mas fronteiras são palco do tráfico

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Na contramão – Fosse um sistema elétrico, o governo do PT já teria sido devorado por um curto-circuito. Isso porque sob a desordem patrocinada pelos petistas o Brasil transformou-se no país do “faz de conta”. O desvario que desce a rampa do Palácio do Planalto é tão grande, que Dilma Vana Rousseff, a presidente, não se incomoda em gastar o suado dinheiro do contribuinte para anunciar os absurdos de um governo paralisado e perdido por causa da incompetência de seus integrantes.
Há algumas semanas, governo deflagrou mais uma operação para torrar o dinheiro público, usado para anunciar os antagonismos decorrentes da atuação de uma equipe pífia e desqualificada. Está no ar uma campanha do Ministério da Justiça que trata do combate ao crack, como se um programa ministerial, embalado por uma propaganda ufanista, fosse suficiente para enfrentar um dos maiores temores da nação: o uso descontrolado e crescente de drogas.
De nada adianta lançar esses factóides palacianos, que servem apenas para enganar a opinião pública, enquanto o tráfico de drogas não for ostensivamente combatido nas fronteiras. Os atuais ocupantes do Palácio do Planalto sabem como funciona o negócio internacional das drogas, mas fecham os olhos porque em uma das pontas estão companheiros de esquerda, como, por exemplo, o boliviano Evo Morales e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que têm no narcotráfico a maior fonte de financiamento.
Como muitos dos envolvidos no criminoso negócio das drogas são membros do perigoso Foro de São Paulo, grupo que reúne a porção radical da esquerda latino-americana, a ordem que emana do grupo é de não impedir o avanço do narcotráfico na região, por mais que os discursos oficiais apontem na direção oposta.

A devastação da sociedade brasileira pelas drogas está cada vez mais evidente, principalmente nas ações do governo federal. Nesta quinta-feira (26), a presidente Dilma Rousseff assina medida provisória para acelerar o ritmo de contratação de obras para a construção de presídios em todo o País. A ideia dos palacianos é usar o Regime Diferenciado de Contratação para encurtar o processo de contratação das tais obras, com foco nos estabelecimentos prisionais dedicados aos jovens.
Como não poderia deixar de ser, o tema está sob a responsabilidade da ainda chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que tem revelado uma canhestra simpatia pela censura. Para quem não se recorda, Gleisi escolheu o pedófilo e estuprador de crianças Eduardo Gaievski para assessor especial e a ele conferiu a responsabilidade de coordenar programas federais voltados a jovens, como o combate às drogas.
A decisão do governo de intensificar a construção de presídios em todo o País, que se arrasta nos estados por causa da burocracia, mostra o quanto a sociedade brasileira, em especial os jovens, está perdendo a guerra para o narcotráfico. Jovens e adolescentes que ingressam no mundo do crime o fazem na esteira do consumo de drogas, prática que tem crescido de maneira assustadora e em velocidade muito maior do que a das ações do Estado.
De tal modo, gastar o dinheiro público para anunciar o programa de combate ao crack, enquanto medidas mais importantes não são adotadas, é um ato de irresponsabilidade que, fosse o Brasil um país séria, deveria levar algumas autoridades para a cadeia.
Fonte: Ucho.Info

sábado, 14 de dezembro de 2013

Um ano depois da descoberta do escândalo estrelado por Lula e Rose, o país continua querendo saber quem fez o quê

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JÚLIA RODRIGUES
Um ano depois do desfecho da Operação Porto Seguro, promovida pela Polícia Federal para desbaratar uma quadrilha especializada na comercialização de pareceres fraudulentos emitidos por agências reguladoras, a única mulher envolvida no escândalo é também a única integrante do bando cuja vida mudou para pior.
Chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo desde 2004, Rosemary Nóvoa de Noronha reinou no 17° andar do prédio do Banco do Brasil na Avenida Paulista até a descoberta de que o local fora reduzido a uma extensão de um grupo criminoso.
Os chefes eram os irmãos Paulo Vieira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e Rubens Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA). Além de Rose, participavam do segundo escalão figurões como José Weber de Holanda, número dois da Advocacia-Geral da União.
Escalada para agir no núcleo especializado em tráfico de influência ─ um dos três em que o bando se dividia ─ Rose valeu-se das relações íntimas que mantinha com Lula para a consumação de irregularidades suficientemente numerosas para promovê-la ao cargo informal de “Facilitadora-Geral da República”. A boa vida acabou em 23 de novembro de 2012, quando a Polícia Federal, munida de um mandado de busca e apreensão, invadiu o escritório e a casa da protegida de Lula.
Passado um ano, o acervo de reveses é de bom tamanho. A perda do salário de R$ 12 mil é a menos relevante. Uma mesada negociada com Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, tem livrado a desempregada de dificuldades financeiras. O que a transformou numa mulher amargurada foi a perda de outros privilégios que lhe garantiam a vida de segunda-dama.
Deixou, por exemplo, de viajar no Aerolula, a bordo do qual fez 28 viagens internacionais em companhia do presidente como passageira clandestina, deixou de ser convidada para hospedar-se no Palácio Pamphili, a esplêndida relíquia arquitetônica que abriga a embaixada brasileira em Roma. Perdeu até o direito aos mimos que levaram a Polícia Federal a qualificá-la de petequeira. Essa expressão, utilizada nos meios políticos e empresariais, designa quem se deixa corromper por ninharias, como ingressos para camarotes no Carnaval do Rio de Janeiro, cruzeiros no litoral paulista, financiamentos de pequenas cirurgias ou apartamentos.
Indiciada em dezembro de 2012 pela Polícia Federal, Rose foi, pouco depois, denunciada pelo Ministério Público por formação de quadrilha, corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica. Em setembro passado, a Controladoria-Geral da União decidiu exonerar a ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo, que nunca mais poderá ocupar cargos públicos federais. A CGU entendeu que Rose havia incorrido no crime de improbidade administrativa.
Para a mulher que nomeava parentes e amigos com o amparo do presidente, nada foi mais penoso que a perda do prestígio. Ela nomeou, por exemplo, os irmãos Vieira. Até agora, os comparsas não foram demitidos. Embora denunciados pelo Ministério Público Federal, os demais integrantes da quadrilha continuam recebendo salários do governo, como informou a reportagem de VEJA publicada neste 23 de novembro.
Em público, Rose evita queixar-se dos problemas que enfrenta. Em troca do silêncio, ganhou um batalhão de advogados especializados em localizar brechas na Lei para adiar o andamento de processos com sucessivos recursos.  Ela mantém o direito de ir e vir. Mas evita exercê-lo para não se expor ao assédio de jornalistas. Enclausurada na casa da filha, Rose rumina as lembranças dos tempos em que exibia ostensivamente a proximidade com o ex-presidente, a quem se referia como “chefe” e “PR” (Presidente da República), deixando, eventualmente, escapar um “Luiz Inácio” para impressionar colegas de trabalho.
Agia com discrição apenas como passageira do Aerolula. Só embarcava quando Marisa Letícia não estava a bordo. Para driblar a vigilância da primeira-dama, que conferia os nomes incluídos na comitiva, Rosemary Noronha nunca aparecia na lista de passageiros publicada no Diário Oficial. É provável que se tenha transformado na viajante clandestina com a maior milhagem da história da aviação.
“Imagine uma pessoa que passou a vida pendurada no cheque especial e, de repente, recebe uma herança de um tio. Essa é a Rose”, resumiu um amigo. Motoristas, secretárias e copeiras que foram subordinados à imperatriz do escritório, revelam que gritos e humilhações públicas eram frequentes. Uma secretária alvejada por um dos chiliques, agravado pela ameaça de demissão, teve de ser hospitalizada para tratar a crise de hipertensão. Rose não só negou socorro à funcionária, como tirou-lhe o emprego.
Tantos sintomas de deslumbramento são justificados pela biografia. Na década de 90, Rosemary Noronha sequer sonhava com a chegada ao coração do poder. Bancária, participava de algumas atividades no sindicato da categoria em São Paulo, instalado num prédio ao lado da sede nacional do PT. Despertou a atenção dos chefes não por intervenções em assembleias, mas pela silenciosa exibição de outros atributos, como as volumosas coxas e os cabelos longos. Chegou ao Partido dos Trabalhadores pelas mãos de José Dirceu, que a contratou como secretária. O chefe apresentou-a a Lula. Em 1994, ainda trabalhava com Dirceu quando passou a cuidar da agenda do futuro presidente. O estreitamento das ligações animou Lula a alojar a protegida no cargo de que foi destituída só em novembro de 2012.
A mudez de 12 meses só foi interrompida pela curta entrevista concedida a VEJA. Afirmou que seu relacionamento com o ex-presidente era “totalmente profissional”, baseado em “amizade e fidelidade”. “As nossas famílias se conhecem desde que as crianças eram pequenas”, disse. Ainda no começo da conversa, irritada com uma pergunta banal ─ como e quando havia conhecido Lula? ─ deu a entrevista por encerrada.
Lula também mantém distância da história muito mal contada. Dois dias depois da explosão do escândalo, declarou-se traído. “Eu me senti apunhalado pelas costas”, lamuriou-se. “Tenho muito orgulho do escritório da Presidência, onde eram feitos encontros com empresários para projetos de interesse do país”.
Em março, numa entrevista ao jornal Valor Econômico, criticou a cobertura o noticiário da imprensa sobre o Caso Rose. “Quando as coisas são feitas de muito baixo nível, quando parecem mais um jogo rasteiro, eu não me dou nem ao luxo de ler nem de responder”, desconversou o entrevistado. “Porque tudo o que o Maquiavel quer é que ele plante uma sacanagem e você morda a sacanagem”.
Lula continuava procurando algum álibi consistente em setembro, mostrou a entrevista concedida ao Correio Braziliense. “A CGU julgou um relatório feito pela Casa Civil. E pelo que vi do relatório, ele confirma as conclusões da Casa Civil”, resumiu. “Todo servidor que comete algum ilícito tem de ser exonerado”.
Neste começo de dezembro, os brasileiros ainda continuam à espera de explicações menos rasas. O país quer saber, por exemplo, todos os detalhes da mesada que Rose recebe. Ou quem banca o batalhão milionário de 40 advogados incumbidos de defendê-la. Lula faz de conta que não há o que explicar. É desmentido por, pelo menos, 40 perguntas formuladas pelo Brasil que presta. Fala, Lula. O país continua querendo saber.
Fonte: Veja

PT: um partido que endossa o crime

Fonte: GLOBO
Há quem tente jogar todos no mesmo saco podre. Há, ainda, quem tente enaltecer a postura ética do PT, posição insustentável após a passagem pelo governo. Mas o fato é o seguinte: quem ainda tem vergonha na cara não pode mais permanecer em um partido que, em vez de seguir o próprio estatuto e expulsar criminosos presos, sai em público para defendê-los!
O que o PT fez em seu quinto congresso, com as presenças de Lula e Dilma, foi um ato vergonhoso. Claro que o histórico petista já era vergonhoso antes disso, sendo o mensalão seu ápice. Mas esperava-se, ao menos, um mínimo de compostura diante da situação. O próprio ex-presidente Lula tinha dito que não ia se manifestar agora sobre o assunto. Mas não consegue se controlar.
Para uma plateia inflamada de cúmplices ideológicos dos criminosos presos, o ex-presidente disse:
Nosso partido tem sido vítima das suas virtudes e não só de seus defeitos. Somos criticados pelas coisas boas que fazemos, não só pelos erros. Se for comparar o emprego do Zé Dirceu no hotel com a quantidade de cocaína no helicóptero, pelo menos houve uma desproporcionalidade na divulgação do assunto.
Tem que ter muito pouco apreço pela verdade e até pelos quase 90% de entrevistados simpatizantes do próprio PT que aprovam a prisão dos mensaleiros, para desviar tanto assim o foco da questão. O que tem alho com bugalhos? Não só a imprensa deu bom destaque ao helicóptero apreendido com drogas, como tem mais do que direito – tem a obrigação de investigar e relatar uma proposta de emprego tão suspeita como a feita para Dirceu. Tanto que foi logo desfeita, justamente porque a imprensa demonstrou que havia muito podre debaixo dos panos.
O presidente do PT, Rui Falcão, diante da presidente da República, ou seja, de todos os brasileiros, teve a cara de pau de afirmar sobre o julgamento do mensalão: 
É o típico caso da manipulação realimentando a mentira e da mentira realimentando a manipulação. A história vai provar que nossos companheiros foram condenados sem provas, em um processo nitidamente político, influenciado pela mídia conservadora.
Como pode uma presidente da República, que indicou vários dos ministros do STF junto com o ex-presidente Lula, ficar passiva diante de uma acusação tão grave dessas? Quem cala consente! Então quer dizer que Lula e Dilma colocaram no STF farsantes, “golpistas conservadores”? É isso?
A situação toda é bizarra demais, digna de uma República das Bananas. Em qualquer país sério do mundo isso seria motivo, no mínimo, para um processo contra a presidente. Ela tem a obrigação de se explicar. Participa de um evento de seu partido onde o presidente afirma, em sua presença, que a Corte Suprema do país não respeita as leis!
O PT não vai expulsar criminoso algum. Isso já ficou claro. Tampouco vai tentar ignorar essa enorme mancha em seu currículo. A opção foi pelo ataque às instituições republicanas mesmo. Com isso, o PT prova ser um partido que endossa o crime, que abriga e protege criminosos condenados e presos.
Resta perguntar: que tipo de gente ainda defende o PT? Não pode ser o mesmo tipo que defende o império das leis…

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Brasileiros precisam cobrar o PT pelo caos da Petrobras, que tem 32,4% de chance de quebrar

Fio da navalha – A opinião pública está tomada pela reverberação das denúncias feitas pelo delegado Romeu Tuma Júnior, que no livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado” escancara o perfil bandoleiro do PT, mas é preciso não deixar para depois as muitas mazelas que produzidas pelo PT, que apenas uma década conseguiu arruinar a economia nacional.
Como se sabe, os partidos de oposição do momento são de incompetência assustadora, pois permanecem em letargia diante dos muitos descalabros que carregam a chancela do Partido dos Trabalhadores. Não se pode fazer política sempre pensando na próxima eleição, pois o Brasil precisa sair do atoleiro em que se encontra por culpa do messiânico lobista Luiz Inácio da Silva.
Na campanha presidencial de 2006, Lula comandou a mentira que se espalhou pelo País, sem que seus opositores reagissem à altura e de pronto. Afirmaram os petistas que uma vitória dos tucanos nas urnas representaria a imediata privatização da Petrobras. A mentira foi repetida tantas vezes, que a parcela incauta da população passou a considerá-la como verdade suprema.
Sete anos se passaram e a Petrobras, que pertence ao povo brasileiro, está mergulhada em crise jamais vista. Enquanto discutem o lançamento do livro de Tuma Júnior, os brasileiros esquecem que a Petrobras perdeu, há dias, R$ 24 bilhões de seu valor de mercado. Cifra muito superior aos R$ 15 bilhões que o governo federal arrecadou com a privatização do Campo de Libra, na área do pré-sal. Fora isso, a petrolífera verde-loura vem enfrentando sérios problemas de caixa, a ponto de ter comprometido nos últimos anos os investimentos em produção. O que é preocupante para uma empresa que é a maior fornecedora de combustíveis do País, mas que tem sido obrigada a comprar gasolina e diesel no mercado internacional.
Como se fosse pouco, uma análise feita pela gerenciadora de investimentos Macroaxis, dos Estados Unidos, aponta que a Petrobras tem 32,4% de chance de ir à falência nos próximos dois anos. Especializada no cálculo de riscos de investimentos, a Macroaxis é explicita em seu relatório e destaca: “Baseando-se nas últimas informações financeiras divulgadas, a Petrobras tem probabilidade de falência de 32,4%. Este valor é muito maior do que o do setor”.
Pode parecer que a situação da Petrobras não é tão grave e preocupante, mas dados das empresas concorrentes mostram o contrário. A gigante norte-americana ExxonMobil, por exemplo, tem probabilidade de falência de 0,86%. A chance de falência da Chevron, outra empresa ianque do setor de petróleo, é de 8,96%, enquanto a da Petrochina, concorrente de peso, é de 12,27%.
Como disse certa feita um conhecido comunista de botequim, que agora descobriu-se ter sido alcaguete na ditadura militar, “nunca antes na história deste país”.
Fonte: Ucho.Info

Monitoramento de ministros do STF escancara o Estado policial que o PT instalou no País

Terra de ninguém – A denúncia feita pelo delegado Romeu Tuma Júnior no livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado” sobre as escutas telefônicas de que foram vítimas todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é extremamente grave. Além disso, mostra que o governo do PT transformou a Polícia Federal em polícia de governo, não de Estado, apesar de parte da corporação não concordar essa situação que há muito ultrapassou os limites da lei e continua ferindo a democracia.
Quando o assunto surgiu pela primeira vez, ainda em 2007, o Palácio do Planalto, pressionado pelos próprios ministros da Corte, produziu uma desculpa que não convenceu e muito menos tirou a responsabilidade do governo. Os palacianos fizeram chegar à imprensa a informação de que o grampo no STF foi praticado por “arapongas” da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Agora, com as denúncias de Tuma Júnior descobre-se que os operadores dos tais grampos foram delegados e agentes da Polícia Federal.
Quando delegados federais ignoram a legalidade e a Justiça, misturando polícia com política para servir de isca na pescaria de benesses classistas, todas distribuídas pelo governo central, a situação em que o País se encontra é muito mais preocupante do que a maioria dos brasileiros imagina.
O comportamento transgressor evidenciado no caso dos grampos deixa clara a ingerência do Ministério da Justiça na Polícia Federal. Um dos setores da PF que não esconde essa ingerência é o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), comandado pelo delegado Ricardo Saadi.

Para quem não se recorda, Ricardo Saadi assumiu os últimos capítulos da Operação Satiagraha após a saída do delegado Protógenes Queiroz, que atualmente cumpre mandato de deputado federal. Saadi, que chefiava a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal, em São Paulo, arredondou a Operação Satiagraha, que levou alguns figurões para a cadeia e desvendou um esquema empresarial e financeiro criminoso, comandado por um banqueiro oportunista cujo nome o ucho.info não pode citar por decisão truculenta e arbitrária da Justiça.
Não se trata de colocar em xeque a idoneidade desse ou daquele integrante da PF, mas uma situação como a denunciada por Tuma Júnior é inaceitável. Se nada for feito para impedir o avanço do esquema policialesco que o PT adotou para enfrentar seus adversários, que crescem assustadoramente a cada dia, o Brasil em breve será sócio remido do clube do “vale tudo”.
Em países democráticos, cujos governantes respeitam a legislação e não temem a transparência dos próprios atos, órgãos equivalente ao DRCI estão sob a responsabilidade do Ministério Público. Temendo cada vez mais o Ministério Público, instituição que insiste em demonizar quando está na alça de mira, o governo do PT prefere manter o DRCI sob a batuta de delegados federais. Essa prática, que atenta contra a democracia e coloca investigações e operações policiais sob o manto da suspeição, precisa ter fim. Para tal, é necessário que o Ministério Público Federal se movimente o quanto antes para que ações como o monitoramento dos telefones dos ministros do Supremo não se repitam.
Fonte: Ucho.Info

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Foro de São Paulo impõe a Dilma que Petrobras, em queda na Bolsa, contrate 35 engenheiros venezuelanos

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Balaio de gato da esquerda com narcoterroristas na América Latina, o Foro de São Paulo dará sua contribuição para alimentar a crise na Petrobrás – cujas ações despencam na Bolsa. Por ordem do FSP, a “estatal” brasileira deve contratar 35 engenheiros venezuelanos. Tratado em sigilo no Palácio do Planalto pela turma de Marco Aurélio Garcia com a Presidenta Dilma Rousseff, o assunto vazou ontem entre investidores da Petrobras. E suspeita-se que os "venezuelanos", na verdade, sejam "cubanos"...

Curiosamente, a contratação de engenheiros venezuelanos é cogitada no momento em que a Petrobras coloca na pauta de sua Assembleia Geral Extraordinária, no próximo dia 16, a detonação de uma fracassada parceria com a Venezuela. A AGE da empresa vai aprovar a incorporação da Refinaria Abreu e Lima S.A (RNEST) pela Petrobras, com a sua consequente extinção, sem aumento do capital social da “estatal de economia mista”. A refinaria pernambucana foi um projeto alardeado pelo ex-presidente Lula da Silva, em sociedade com a PDVSA do falecido Hugo Chávez, que nunca colocou um centavo no negócio fracassado.

Ainda não se sabe a posição pública da engenheira Maria das Graças Foster, presidente da Petrobrás, sobre a polêmica intenção de importar profissionais venezuelanos egressos da PDVSA, a estatal de petróleo da Venezuela. O objetivo do Foro de São Paulo é ter membros de sua confiança em postos estratégicos do governo brasileiro. O escancarado aparelhamento da máquina estatal é uma velha tática Capimunista. Trata-se de um movimento parecido com recente contratação de médicos cubanos. Só vai soar estranho usar o falso argumento de que “os estrangeiros vão atuar em áreas que os engenheiros daqui preferem não trabalhar”

A proposta de importar engenheiros venezuelanos, certamente, vai gerar protestos da corporativa Associação de Engenheiros da Petrobras (AEPET), cujo presidente, engenheiro Silvio Sinedino, ocupa uma vaga de representante dos empregados no Conselho de Administração da empresa. Quem também deve protestar pesado contra a contratação de engenheiros venezuelanos é José Tadeu da Silva, presidente do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (CONFEA).

Fora a dispensável especulação sobre a contratação de engenheiros venezuelanos, vazada por investidores insatisfeitos, a Petrobras volta a ter problemas concretos em seus papeis. O mercado ficou frustrado com a reunião de sexta-feira passada do Conselhão da empresa, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Além de não ter sido confirmado o tão decantado sistema de ajuste de preços de combustíveis, a alta do diesel e da gasolina foi considerada baixa demais. Por isso as ações da empresa tiveram ontem uma desvalorização tão alta, atingindo as menores cotações desde 4 de setembro. As PN caíram 9,2%, para R$ 17,36, e as ON recuaram 10,37%, para R$ 16,42.

É neste clima de insatisfação do mercado que o Palácio do Planalto e a direção da Petrobrás podem esperar surpresas desagradáveis na AGE de 16 de dezembro, às 15 horas, no Rio de Janeiro. Investidores ameaçam entrar com processos judiciais contra diretores da empresa e membros de seu conselho de administração, responsabilizando-os por prejuízos. Os três alvos de reclamação são: a refinaria Abreu e Lima, a refinaria de Passadena (uma aquisição classificada de lesiva por superfaturamento no preço), e a cisão parcial da Petrobras International Finance Company S.A – a PFICO.

A AGE também precisará ratificar a incorporação da Companhia de Recuperação Secundária (CRSec) na Petrobras, também sem aumento do capital social da “estatal”. A CRSec cuidava da locação de bens à Petrobras, destinados aos campos de Pargo, Congro, Garoupa, Cherne e Carapeba, localizados na Bacia de Campos. Investidores também pretendem questionar problemas de gestão na CRSec.

Base legal para entrar na Justiça não falta aos investidores que se sentem lesados. Conforme o Art. 23 do Estatuto Social da Petrobras, os membros do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva responderão, nos termos do art. 158, da Lei nº 6.404, de 1976, individual e solidariamente, pelos atos que praticarem e pelos prejuízos que deles decorram para a Companhia.

Em seu Art. 28, o Estatuto estipula que ao Conselho de Administração compete: fiscalizar a gestão dos Diretores; avaliar resultados de desempenho; aprovar a transferência da titularidade de ativos da Companhia, inclusive contratos de concessão e autorizações para refino de petróleo, processamento de gás natural, transporte, importação e exportação de petróleo, seus derivados e gás natural. E, em seu Art. 29, o Estatuto determina: compete “privativamente” ao Conselho de Administração deliberar sobre as participações em sociedades controladas ou coligadas.

É alto o risco que investidores questionem quais são os reais motivos para a Petrobras mexer na RNEST, CRSec e, principalmente, na PFICO. Os questionamentos podem lançar mais dúvidas sobre a qualidade da Governança Corporativa da empresa na gestão do ex-presidente José Sérgio Gabrielli – afilhado do Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva – que agora enfrenta dificuldades para que o PT o indique para disputar o Governo do Estado da Bahia, na sucessão a Jaques Wagner.
É por isso que o tempo fica cada vez mais fechado para o lado da Petrobras – empresa que, claramente, sofre influência direta de seu acionista majoritário (a União, que aqui no Brasil se confunde com quem aparelha a máquina do governo).
Prisão preocupante
A classe política entrou em polvorosa ontem com a prisão de Jeane Mary Corner.
Ela agora é acusada de ser das mais famosas agenciadoras de garotas de programa da capital federal.
Como os deputados, senadores e grandes burocratas federais figuram entre seus principais clientes... 
Prisão Especialíssima


Disputadíssimo


Brincadeira, procurador?


Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

Fonte: Alerta Total

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Caso da fraude ao ISS em SP perde força e chefões do esquema devem escapar ilesos

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Saindo de cena – O escândalo da Máfia do ISS, em São Paulo, começa a sair do noticiário, como se o caso de corrupção estivesse solucionado. Os fiscais corruptos ainda chafurdam nos minutos de fama que restam, concedendo entrevistas rotuladas como exclusivas, enquanto ex-mulheres, amantes e namoradas dos criminosos aguardam a oportunidade de levarem a nudez para as páginas de algumas revistas masculinas. Um enredo sórdido que faria corar de vergonha a mais ousada frequentadora de trottoir.
Quando as investigações alcançaram o petista Antonio Donato, então secretário de Governo da atual administração paulistana, o PT reavaliou a estratégia e ordenou o fim da artilharia contra Gilberto Kassab. Tão logo o escândalo eclodiu e ganhou as manchetes, Fernando Haddad, o prefeito incompetente, passou a atirar na direção do antecessor. Kassab que não é amador e muito menos estreante na política, agiu rápido e colocou o petista que o sucedeu em má situação.
Como sempre acontece nas hostes do PT, Antonio Donato, que teve o nome envolvido com os fiscais criminosos, retornou à Câmara Municipal e foi recebido com festa pelos companheiros de legenda. Um absurdo sem limite, que mais uma vez acontece para fingir que o PT é um reduto de probidade e boas intenções, quando na verdade o partido mostrou na última década a sua vocação para o banditismo político.

Desde que desembarcou do Democratas e criou o PSD, partido que preside no âmbito nacional, Gilberto Kassab sempre flertou com os petistas. Bastou uma reunião com a presidente Dilma Rousseff para que uma ordem descesse a rampa do Palácio do Planalto e aterrissasse na sede da prefeitura da maior cidade brasileira. Kassab confirmou apoio ao projeto de reeleição de Dilma, ao passo que Haddad foi obrigado a recolher as armas. Resumindo, por conta do projeto totalitarista de poder o PT ajudou a dificultar as investigações do caso da Máfia do ISS.
Corrupção na concessão do chamado “habite-se” existe há séculos, mas os moradores da cidade de São Paulo têm o dever de cobrar a solução de um escândalo que começa vagarosamente a ser varrido para debaixo do tapete. É sabido que o avanço das investigações colocará muitos partidos na fila da degola, inclusive o PT, mas não se pode aceitar a enorme e mal cheirosa pizza que já está a caminho.
Ademais, não custa lembrar que uma campanha à prefeitura de São Paulo, com grande chance de sucesso, não sai por menos de R$ 100 milhões. E quem entra com o objetivo de vencer não carrega na bagagem apenas boas intenções, até porque isso é mercadoria raríssima na política. Se chacoalharem o escândalo do ISS paulistano, certamente muita gente graúda há de cair dessa caixa de Pandora.
Fonte: Ucho.Info

domingo, 1 de dezembro de 2013

CRM denuncia médica cubana por prescrever medicamento errado a paciente

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Abdon Murad, presidente do CRM/MA. recebe denuncia contra a médica cubana Norma Rodriguiz do Programa Mais Médico

O Conselho Regional de Medicina do Maranhão fez uma revelação surpreendente sobre uma médica cubana que está no Brasil atuando no “Programa Mais Médicos”. A profissional teria prescrito a medicação chamada metocarbamol, exclusiva para o uso veterinário, e que no Brasil serve para cavalos, cães e gatos.
O fato aconteceu na cidade de Barra do Corda no último dia 20, mas só chegou ao CRM nesta semana, após ter causado grande alvoroço nas redes sociais. Segundo o presidente do CRM, Abdon Murad, o caso da médica cubana, identificada como Norma Rodriguez chegou à entidade através de denúncias feitas pela própria população e por médicos maranhenses.
Abdon Murad apresentou a cópia da receita que teria sido prescrita pela cubana, o ofício da Superintendência da Vigilância Sanitária do Maranhão onde a entidade afirma não existir autorização de qualquer medicamento com a substância ativa (metocarbamol) no banco de dados da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com isso, o próximo passo do CRM será encaminhar um ofício a Promotoria da Saúde do Maranhão solicitando investigação do fato e decorrentes problemas causados pelo uso da medicação. Neste documento Abodn confirmou que será anexado as cópias das conversas entre Anvisa e Superintendência Estadual, assim como a foto do receituário escrito pela médica para o paciente que tem osteoartrose. “Vamos mostrar ao promotor Hebert Figueiredo o ocorrido em Barra do Corda. São médicos despreparados que o país só vai conhecer com erros gritantes como este”, analisou.
Contrário ao programa do Governo Federal desde o início, Abdon disse ser prova de que o “Mais Médicos” é um erro escandaloso da presidente Dilma Rousseff. “Esses médicos não estão preparados, pois além de não terem feito o Revalida não tiveram muito tempo de preparação e sequer contato com o DEF (Dicionário de Especialidades Farmacêuticas) para saber o que é usado aqui”, pontuou.
O presidente do CRM ainda fez um apelo para que os médicos maranhenses, os enfermeiros e farmacêuticos observem as prescrições médicas dos profissionais estrangeiros para evitar casos similares no Maranhão. “Até acho que a culpa não é deles, mas do Governo que usa o programa para fazer politicagem”.
De acordo com o secretário de saúde do município Barra do Corda, Alexandre Miranda Leite, a médica Norma Rodriguez, que assina o documento, já foi orientada e continua exercendo a atividade. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde que se comprometeu em apurar o caso, mas até o fechamento desta edição não forneceu detalhes sobre o processo investigativo.
O comprimido é usado no país cubano como relaxante muscular e, a médica já teve acesso à relação de medicamentos usados no Brasil. O metocarbamol causa nos seres humanos tonturas, náuseas, vômitos, desmaios, febre e convulsões.

sábado, 30 de novembro de 2013

PT: mentir, conspirar, trair

Seguem trechos da minha coluna na Folha desta sexta.
*
O PT nem inventou a corrupção nem a inaugurou no Brasil. Mas só o partido ousou, entre nós, transformá-la numa categoria de pensamento e numa teoria do poder. E isso faz a diferença. O partido é caudatário do relativismo moral da esquerda. Na democracia, sua divisa pode ser assim sintetizada: “Aos amigos tudo, menos a lei; aos inimigos, nada, nem a lei”. Para ter futuro, é preciso ter memória.
Eliana Tranchesi foi presa em 2005 e em 2009. Em 2008, foi a vez de Celso Pitta, surpreendido em casa, de pijama. Daniel Dantas, no mesmo ano, foi exibido de algemas. Nos três casos, e houve uma penca, equipes de TV acompanhavam os agentes federais. A parceria violava direitos dos acusados. Quem se importava? Lula batia no peito: “Nunca antes na história deste país se prendeu tanto”. Era a PF em ritmo de “Os Ricos Também Choram”.
(…)
Até que chegou a hora de a trinca de criminosos do PT pagar a pena na Papuda. Aí tudo mudou. O gozo persecutório cedeu à retórica humanista e condoreira.
(…)
Essa mentalidade tem história. Num texto intitulado “A moral deles e a nossa”, Trotsky explica por que os bolcheviques podem, e devem!, cometer crimes, inaceitáveis apenas para seus inimigos.
(…)
Para ler a íntegra, clique aqui
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

A falácia da desmilitarização da polícia

No País em que latrocidas e estupradores são chamados de “reeducandos”, o governo federal quer que o policial que mata um sequestrador para salvar o refém seja chamado de “homicida”

Criar um “SUS” da segurança pública, unificar as polícias e despir a PM de sua farda – eis as propostas que prometem revolucionar a segurança pública no País. Praticamente unânimes entre os acadêmicos especializados na área, essas ideias conquistam cada vez mais adeptos em Brasília. É o que se percebe nas discussões da Comissão Especial de Segurança Pública do Senado, instalada em 2 de outubro deste ano com o objetivo de debater e propor soluções para o financiamento da segurança pública no Brasil. Criada por iniciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a comissão é presidida pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e tem como relator o senador Pedro Taques (PDT-MT).
“O sistema de segurança pública no Brasil está absolutamente falido” – com essa declaração, proferida numa audiência pública realizada no dia 13 de novembro último, o senador Pedro Taques resumiu um sentimento das ruas que hoje encontra guarida até nos quartéis. Cada vez mais estão surgindo depoimentos de policiais militares colocando em descrédito a própria corporação a que pertencem. É o caso do livro O Guardião da Cidade (Editora Escrituras, 2013, 256 páginas), do tenente-coronel Adilson Paes de Souza, fruto de sua dissertação de mestrado “A Educação em Direitos Humanos na Polícia Militar”, defendida na Faculdade de Direito da USP em 2012, sob a orientação do cientista político Celso Lafer.
Nesse trabalho acadêmico, festejado por toda a imprensa, o tenente-coronel da PM paulista defende a ampliação da carga horária do estudo de direitos humanos na formação dos oficiais da Polícia Militar, como forma de combater a tortura. Em artigo anterior, procurei demonstrar que se trata de uma falácia. O Curso de Formação de Oficiais é praticamente um curso completo de Direito e, como se sabe, é impossível estudar qualquer disciplina do Direito sem tratar dos direitos humanos, uma vez que a Constituição de 88, base legal de todas as disciplinas jurídicas, é alicerçada, de ponta a ponta, nos direitos da pessoa humana.

Sobrevivendo na Gestapo brasileira

Em vários momentos do livro, influenciado por pensadores de esquerda, que vêm na polícia um braço armado do sistema capitalista, Paes de Souza, de modo quase indisfarçável, compara a Polícia Militar brasileira com a Gestapo de Adolf Hitler. Chega a descrever o produto das ações da PM como um novo campo de concentração nazista. Com base em artigo da psicóloga e psicanalista Maria Auxiliadora de Almeida Cunha Arantes, sintomaticamente intitulado “Violência, Massacre, Execuções Sumárias e Tortura”, o tenente-coronel cita como exemplo desses casos, os 111 mortos do Carandiru, em 1992, os 493 mortos quando dos ataques do PCC em 2006 e a Operação Castelinho em 2002, “que constituiu uma emboscada”, com 12 mortos – todos bandidos do PCC, acrescente-se, já que o coronel não o faz em sua tese.
Para a psicóloga Maria Auxiliadora Arantes, citada no livro O Guardião da Cidade, tais acontecimentos “são crimes filhotes de um Estado que deixou intacto um aparelho de matar e que não puniu os que o montaram”. O tenente-coronel Adilson Paes de Souza corrobora literalmente suas palavras, tanto que acrescenta a elas a seguinte frase: “De fato, Auschwitz faz-se presente”. Reparem: Paes de Souza está comparando o trabalho da Polícia Militar – instituição em que atuou durante 28 anos, chegando a tenente-coronel – com a violência das forças nazistas nos campos de concentração de Hitler. Justamente num momento em que a PM está sob o fogo cerrado dos formadores de opinião.
O cientista político Celso Lafer, responsável pela dissertação de mestrado de Adilson Paes de Souza na USP, deveria ter-lhe feito uma pergunta singela antes de aceitar a orientação de seu trabalho: “Onde o senhor estava, na condição de tenente-coronel da Polícia Militar, quando seus subordinados de farda se tornaram exemplos atuais da Gestapo de Hitler, torturando e executando pessoas?” Antes de pontificar sobre os problemas da Polícia Militar, apresentando soluções mirabolantes do conforto de uma cátedra universitária, o tenente-coronel deveria ter respondido para si mesmo essa pergunta. Na condição de tenente-coronel da Gestapo brasileira (a se crer nos seus próprios conceitos), ou Paes de Souza foi cúmplice do holocausto que denuncia ou foi omisso diante dessa carnificina que imputa à PM. Em qualquer dos casos, deveria refletir com mais profundidade sobre o assunto, antes de se arvorar a defender tese, escrever livro e contribuir, ainda que involuntariamente, para a difamação sistemática de que a PM é vítima na imprensa e nas universidades.
Não é possível sobreviver durante 28 anos num aterro sanitário moral e dele sair com a alma cheirando a talco, como canta Gilberto Gil. Em seu livro, citando o economista Albert Hirschman, Paes de Souza fala que os membros de uma instituição podem abandoná-la ou criticá-la quando se sentem descontentes. O autor não diz, mas, no caso da Polícia Militar, a via mais frequente é a omissão: o policial se esconde numa carreira burocrática, evitando o confronto das ruas e, com isso, pode pontificar sobre direitos humanos sem correr riscos. O tenente-coronel sobreviveu ao horror que denuncia foi por essa terceira via? Sem essa explicação, suas reflexões e denúncias sobre a PM perdem muito da autoridade que poderiam ter.

Depoimentos de PM homicidas

Para exemplificar as críticas que faz à polícia, Adilson Paes de Souza colheu o depoimento de dois policiais militares condenados por homicídio e se valeu também de dois depoimentos colhidos pelo jornalista Bruno Paes Manso, do jornal O Estado de S. Paulo. Em junho de 2012, Manso defendeu no Departamento de Ciências Políticas da USP a tese de doutorado “Crescimento e Queda dos Homicídios em São Paulo entre 1960 e 2010”, em que faz uma “análise dos mecanismos da escolha homicida e das carreiras no crime”. Essa tese de Manso já havia lhe rendido o livro O Homem X: Uma Reportagem sobre a Alma do Assassino em São Paulo (Editora Record, 2005), no qual o tenente-coronel buscou os dois depoimentos.
Os policiais ouvidos por Paes de Souza ganharam os apelidos de “Steve” e “Mike”, geralmente dados aos policiais que trabalham nas ruas. O policial Steve foi condenado a mais de 20 anos de reclusão por um homicídio a tiros e facadas. “No auge da prática do ato, senti que estava cheio de ódio e acabei descarregando tudo sobre o corpo da vítima. Tinha um sentimento de ódio generalizado de tudo”, afirma o policial. De origem nordestina, ele contou que seu pai era PM aposentado e costumava conversar com toda a família na hora do jantar sobre o sentimento de honra que envolvia a profissão. Inspirando-se no pai, Steve, ao completar 18 anos, ingressou na polícia, por meio de concurso público.
“Fui designado para trabalhar numa unidade da Polícia Militar na periferia da cidade de São Paulo. Comecei a ver uma realidade que não conhecia: favelas, meninas estupradas, pessoas pobres vítimas de roubo, o que causou revolta”, conta Steve. Movido por essa revolta, diz que começou a trabalhar além do horário normal, prendendo o máximo possível de bandidos, na esperança de acabar com a criminalidade na região. O PM conta que, numa ocasião, prendeu em flagrante dois ladrões que tinham roubado um supermercado, mas na noite do mesmo dia viu os dois na rua. Quando os abordou, soube que fizeram um acordo com o delegado, inclusive deixando na delegacia uma parte da propina para o policial.
“Nesse momento, percebi que a corrupção existente nos distritos policiais da área onde trabalhava gerava a impunidade dos delinquentes”, afirma Steve, que passou a frequentar velórios de policiais mortos em serviço, alimentando ainda mais sua revolta com a impunidade dos bandidos. Foi aí que decidiu fazer justiça com a própria farda: “Eu era juiz, promotor e advogado. Levava a vítima para um matagal, concedia-lhe um minuto para oração e a sentenciava a morte”. Essa vida de justiceiro fardado destruiu sua família. Sua mulher chegou a tentar o suicídio. E, na cadeia, sofreu maus-tratos e não teve a solidariedade dos colegas: os policiais que o visitavam estavam mais preocupados em sondá-lo para saber se não seriam delatados, em virtude de outras ocorrências.
Um dos entrevistados pelo repórter Bruno Paes Manso, citado na dissertação do tenente-coronel Paes de Souza, também relata que se via em guerra contra os criminosos e, movido pelo ideal de resolver o problema da criminalidade, trabalhava praticamente o dobro: as oito horas regulamentares pagas pelo Estado somadas às oito em que combatia o crime de graça, por sua própria conta e risco. Esse policial contou ter deparado com vários casos graves, que só via em filmes. Certa vez, atendeu a uma ocorrência em que uma criança de quatro anos foi estuprada e ele, junto com outros policiais militares, evitou o linchamento do estuprador. “Nesse momento, achou um contrassenso ter que proteger quem havia praticado uma monstruosidade contra uma menina. Sentiu revolta”, relata Paes de Souza.

Mais confrontos, mais mortes

Esse é praticamente o padrão dos depoimentos de policiais militares condenados por homicídio: 1) imersão idealista do policial no combate ao crime; 2) revolta com a impunidade dos criminosos; 3) justiça com a própria farda; 4) prisão, arrependimento e transferência da culpa para a corporação militar. O livro Sangue Azul(Editora Geração Editorial, 2009), baseado no depoimento de um soldado da PM do Rio de Janeiro ao documentarista Leonardo Gudel, também segue esse padrão. E, de acordo com as entrevistas concedidas pelo autor, parece que o recém-lançado Como Nascem os Monstros (Editora Topbooks, 2013, 606 páginas), romance do policial carioca Rodrigo Nogueira, condenado e preso por homicídio, também não foge à regra.
Um sargento preso por homicídio e ouvido por Bruno Paes Manso explica que o “assassinato é uma importante ferramenta no cotidiano perigoso do policial militar que trabalha na rua”, e acrescenta que “se os policiais fossem proibidos de matar seria melhor que parassem de trabalhar”. Esse mesmo policial diz ainda: “Sem contar que a bandidagem está cada vez ficando mais ousada, mais armada e respeita cada vez menos a polícia. Isso é explicado dessa forma, isso não foi a polícia que motivou. Hoje tem muito mais reação, o pessoal enfrenta, por isso tem mais morte”. O tenente-coronel Paes de Souza, do alto de sua tese da USP, classifica essa fala do sargento como simplista, por afirmar que mais criminalidade significa mais confronto e, consequentemente, mais mortes.
Ora, simplista é o modo como o tenente-coronel, desprezando seus 28 anos de experiência como policial, deixa-se seduzir pela inútil retórica da academia e utiliza esses depoimentos para corroborar teses injuriosas a respeito da Polícia Militar, que a acusam de ser uma máquina assassina, nazista, semelhante a Auschwitz. Quando atribuem à Polícia Militar o suposto “genocídio da juventude negra”, calúnia que já foi corroborada até por membros do Poder Judiciário, os acadêmicos escondem dois detalhes cruciais: primeiro, muitos jovens negros das periferias são recrutados pelo narcotráfico e matar ou morrer são verbos que conjugam diariamente; segundo, a Polícia Militar emprega muito mais negros do que as universidades que a criticam. Então, a ser verdade o que diz a academia, esses policiais não seriam genocidas, mas suicidas: estariam matando deliberadamente seus próprios familiares.
O tenente-coronel e os demais acadêmicos que escrevem teses sobre segurança pública acreditam que basta perorar sobre direitos humanos no ouvido de um soldado para que ele saia à rua com flores na boca do fuzil, ajudando velhinhas no semáforo e pegando crianças no colo, até que surja um marginal armado e esse policial, consciente de seus deveres, saque da farda um exemplar da Constituição e atire no rosto do bandido seus direitos humanos, para que o criminoso estenda os pulsos com cidadania e seja algemado com dignidade. É óbvio que a terrível complexidade da segurança pública não se rende a golpes de retórica sobre direitos humanos.

Policial só se equipara a médico

Uma análise verdadeiramente profunda dos depoimentos dos homicidas da PM revela a complexa natureza do trabalho policial, que, em qualquer tempo e lugar, é inevitavelmente insalubre para a alma. O policial é como o médico: sem uma dose sobre-humana de frieza, ele não será capaz de proteger vida nenhuma, pois o medo do sangue, da mutilação, do cadáver, irá acovardá-lo diante do dever a ser cumprido. Por isso, ser policial não é para qualquer um. Os policiais homicidas tentam enganar a própria consciência quando dizem que a corporação os transformou em violentos. O potencial de violência já estava presente neles ou não teriam sonhado em ser policial, uma profissão que, em algum momento, há de exigir violência para que as leis sejam cumpridas. Afinal, se bandido ouvisse conselho, não entraria no crime.
Polícia não é assistência – é contenção. Ela é chamada justamente quando as normas da cultura e os mandamentos da lei já não são suficientes para manter o indivíduo no bom caminho e alguém precisa contê-lo. Por isso, a polícia tem de ser viril. A testosterona que faz o bandido violento é a mesma que faz o policial corajoso. Daí a importância de se separar ontologicamente o policial do criminoso. Ao contrário do que acreditam os acadêmicos, o policial tem que tratar o bandido como inimigo, sim. O soldo sozinho – por maior que seja – não é capaz de separar o policial do criminoso, pois a natureza mais profunda de ambos e o ambiente em que vivem se alimentam da mesma virilidade masculina, responsável por mais de 90% dos crimes violentos em qualquer cultura humana em todos os tempos.
O policial de rua, obrigado a enfrentar o crime de arma em punho e não de uma sala refrigerada da USP, é como um médico num campo de refugiados ou em meio a uma epidemia letal: se trabalhar só pelo dinheiro, ele voltará para casa na hora, pois não há salário que pague sua própria vida, permanentemente em risco. Para compensar os riscos da profissão, o policial precisa ser tratado como herói. Especialmente num País como o Brasil em que a criminalidade soma cerca de 63 mil homicídios por ano (de acordo com estudos do Ipea). O policial precisa ter a certeza de que, ao tombar no campo de batalha, sua morte não será em vão: a sociedade irá cultuá-lo como herói diante de sua família enlutada e o bandido que o matou será severamente punido.
No Brasil, ocorre justamente o contrário: enquanto a morte de bandidos é cercada de atenção pelas ONGs dos direitos humanos e gera violentos protestos de rua em São Paulo e Rio, a morte de um policial não passa de uma efêmera nota de rodapé no noticiário e, em muitos casos, sua família não recebe nem mesmo a visita das autoridades da própria segurança pública, temerosas do que possam pensar os formadores de opinião. Já em países como os Estados Unidos, um bandido reluta em matar um policial, pois sabe que o assassinato será motivo de comoção pública e a pena que o aguarda será à altura dessa indignação cívica com a morte de um agente da lei.

Completa inversão de valores

Mas não basta tratar como herói o policial – também é preciso tratar o bandido como bandido. O ser humano é um ser relativo e não consegue julgar em absoluto, mas somente por meio de comparação. Por isso, ao mesmo tempo em que se enaltece o policial corajoso e honesto, é preciso punir verdadeiramente o criminoso, para marcar a diferença entre ambos. O policial se revolta ao proteger de linchamento o estuprador de uma criança ou ao levar para o hospital o bandido ferido que tentou matá-lo porque sabe que seu trabalho heroico e humanitário foi inútil: logo, esses bandidos serão postos na rua para cometer novos homicídios e estupros.
Mesmo o estuprador de uma criança ou o homicida que queima viva sua vítima têm direito a todas as regalias da legislação penal, travestidas de direitos humanos. Até criminosos que matam ou estupram mulheres gozam de benefícios absurdos, como a famigerada visita íntima. A Resolução CNPCP Nº 4, de 29 de junho de 2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, instituiu de vez a visita íntima como um direito do preso qualquer que seja a gravidade do seu crime. No seu artigo 4º, a resolução deixa claro que “a visita íntima não deve ser proibida ou suspensa a título de sanção disciplinar”; ou seja, mesmo se o preso promover rebeliões e mortes na cadeia, a visita íntima continuará sendo assegurada a ele como um direito sagrado, à custa da segurança da sociedade. É óbvio que a mulher que se presta a lhe servir de repasto sexual também há de lhe fazer outros favores associados diretamente ao crime, como passar recados para seus comparsas que estão fora das grades.
É por isso que quando uma patrulha da PM leva um criminoso ferido para o hospital, muitas vezes junto com um policial também ferido na troca de tiros, os policias que assim agem precisam ser tratados como heróis. É sua única recompensa. Não há salário que pague esse gesto. Não é fácil para nenhum ser humano salvar a vida de seu próprio algoz sabendo que aquele criminoso que tentou matá-lo não será punido como merece, pois, na cadeia, continuará comandando o crime, com direito a saídas temporárias, visitas íntimas e outras regalias. A legislação penal é tão moralmente hedionda que um dos assassinos do jornalista Tim Lopes, depois de preso, jogou água quente em sua companheira dentro da própria cela. E esse novo crime bárbaro só foi possível porque o Estado brasileiro – cúmplice contumaz de bandidos – garante a famigerada visita íntima até para um monstro dessa espécie.

Feministas contra a polícia

Mas, por incrível que pareça, até as feministas – que criticam violentamente a polícia – defendem as visitas íntimas para presos, consideradas uma extensão dos direitos humanos e classificadas como “direitos sexuais”. Ora, direito sexual é como o direito de expressão: toda pessoa tem o direito de falar, mas não tem o direito de obrigar o outro a ouvi-la. O preso não pode ser impedido de sonhar com uma mulher ou até de satisfazer solitariamente sua libido. Mas isso não significa que ele tem o direito de manter relações sexuais dentro da cadeia, mesmo que seja com sua esposa. E a razão é simples: seu desejo sexual não pode ser posto acima da segurança da sociedade. É óbvio que, durante a visita íntima, não há meio de controlar o preso. Ele pode usar a visita – e sempre usa – para transmitir recados aos comparsas fora da cadeia, daí o comando que o cárcere continua tendo sobre o crime organizado. Praticamente todas as centrais telefônicas do PCC são administradas por mulheres de presidiários. E mulher de preso inevitavelmente o obedece, sob pena de ser morta.
O mesmo se dá com a alimentação do preso. Não deixar um latrocida morrer de fome e sede na cadeia é garantir-lhe um direito humano básico, mas permitir que ele escolha o cardápio, por meio de rebeliões, como ocorre com muita frequência nos presídios brasileiros, não passa de um abuso com o dinheiro de suas vítimas. Hoje, até o criminoso que queima sua vítima viva tem direito a remissão de pena não por dias trabalhados, por horas de estudo e, pasmem, até pela simples leitura de romances na cadeia. Ou seja, o que os acadêmicos chamam de “direitos humanos” são, na verdade, privilégios civis, que deveriam ser privativos do cidadão que respeita as leis e não do bandido que fere o contrato social e, por isso, tem de ser excluído da esfera da cidadania enquanto cumpre sua pena.
Hoje, a inversão de valores é tanta que, oficialmente, por meio das políticas públicas do governo federal, o policial militar se tornou o inimigo público número um, enquanto se concede ao criminoso o monopólio dos direitos humanos. A Resolução nº 8, de 21 de dezembro de 2012, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, sob o comando da ministra Maria do Rosário, estabelece em seu artigo 1º que, quando um bandido morre em confronto com a polícia, na descrição de sua morte nos registros oficiais não deve mais ser usada a expressão “resistência seguida de morte” e, sim, “homicídio decorrente de intervenção policial”.
A alegação é que os policiais utilizam o chamado “auto de resistência” para esconder execuções. Ora, nos casos em que isso ocorre, não vai ser mudando as palavras que o crime deixará de ser praticado. Mais do que a nomenclatura, o que importa em qualquer crime é a investigação. E essa não deixará de ser feita caso um auto de resistência levante suspeitas, a não ser que as autoridades responsáveis pelo controle externo da polícia se omitam. Prova disso é que dezenas de policiais militares são expulsos da corporação em todo o País. Classificar esse tipo de ocorrência como “resistência seguida de morte” é uma questão de respeito com o policial. É um absurdo que, após uma troca de tiros com assaltantes de bancos armados de fuzil, o policial tenha de descrever a morte de um dos bandidos como “homicídio decorrente de intervenção policial”.

Criminoso é “reeducando”, policial é “homicida”

A sociedade honesta e trabalhadora, que não se acumplicia com bandidos, não pode aceitar essa calúnia legalizada contra a polícia, tachando previamente de “homicida” o policial que mata para proteger a sociedade, cumprindo seu dever constitucional. Se numa investigação sobre um auto de resistência ficar provado que não houve confronto, mas execução, então que o policial seja punido. O que não se pode aceitar é que o policial seja antecipadamente tachado de homicida mesmo quando é obrigado a matar para proteger vidas. Na prática, é essa a mancha que o policial terá de carregar em sua imagem, caso seja obrigado a registrar a morte de um bandido em confronto como “homicídio”. Isso é ainda mais grave quando se compara o tratamento de “homicida” que querem dar ao policial com o tratamento de “reeducando” que a Justiça dá a latrocidas e estupradores nas cadeias.
Atentem para esta fórmula de inversão dos valores: policial que mata um sequestrador é “homicida”, até que prove o contrário; já o sequestrador que mata o refém vira “reeducando” quando é preso e condenado pela Justiça. Como se pode notar, há uma completa inversão dos valores morais: o policial é culpado até que prove sua inocência; já o bandido é inocente como uma criança de escola (“reeducando”), justamente quando sua culpa foi provada e sentenciada nos tribunais. Esses fatos mostram que os acadêmicos que criticam a Polícia Militar não estão preocupados com a segurança da população honesta e trabalhadora – querem é atacar a sociedade capitalista, como se não fossem justamente os mais pobres os que mais perdem com o enfraquecimento da polícia? Os ricos podem contratar segurança privada. E os pobres? E a classe média? O que será deles sem a polícia?
A grande verdade é que a Polícia Militar não é necessariamente pior do que as demais instituições humanas. Convém relembrar uma máxima do economista Albert Hirschman não aproveitada na tese do tenente-coronel Paes de Souza: “Sob qualquer sistema econômico, social ou político, indivíduos, firmas e organizações, em geral estão sujeitas a falhas de eficiência, racionalidade, legalidade, ética ou outros tipos de comportamento funcional. Não importa quão bem estabelecidas as instituições básicas de uma sociedade; alguns agentes, ao tentarem assumir o comportamento que deles se espera, estão fadados ao fracasso, ainda que por razões acidentais de quaisquer tipos”.
Ou seja, todas as demais instituições indispensáveis à Justiça, como o Judiciário, o Ministério Público, a OAB, a Polícia Federal e a Polícia Civil, para citar as principais, estão sujeitas a gravíssimas falhas por parte de seus membros. Um juiz que mata um inofensivo e desarmado vigilante de supermercado, como já ocorreu no Brasil, é infinitamente mais criminoso do que um policial desesperado, que, depois de escapar por pouco das balas de um assaltante, resolve terminar de matá-lo ao se dar conta de que ele está ferido. É errada essa atitude do policial? Sem dúvida. Mas é compreensível, tanto que a maioria da população, equivocadamente, a aprova. E a única forma de inibir essa justiça vicária feita com a própria farda é dar ao policial a certeza de que ele pode entregar o bandido aos tribunais, que a sociedade será vingada mesmo assim – sem visitas íntimas, sem saídas temporárias, sem indultos de Natal, sem celulares na prisão, sem regime semiaberto, sem remissão de pena e sem as demais regalias dadas ao criminoso.
É bom lembrar que leis mais duras serviriam inclusive para punir os maus policiais, que também existem, mas, hoje, acabam ingressando no crime organizado ao serem expulsos da corporação. Se os maus elementos de cada instituição humana fossem enforcados nas tripas dos maus elementos das outras, não sobrariam condenados nem tripas. A maldade humana está relativamente bem distribuída em todas as instituições. Por isso, é tolice creditar os problemas da segurança pública à Polícia Militar, como insistem em fazer os acadêmicos e até policiais influenciados por eles. Tortura, corrupção e truculência não são privativas da PM. E a injustiça com a PM é ainda mais grave quando se leva em conta o contexto em que a corporação atua – a miséria moral dos mais ferozes criminosos, que não têm o menor respeito pela vida humana. Por isso, é tolice achar que, desmilitarizando a PM, se resolvem todos os problemas da segurança pública. Mesmo se isso fosse verdade, seria um desatino desmilitarizar a polícia justamente quando os bandidos andam com fuzis nas ruas e transformaram até as cadeias em quartéis crime.

Publicado no Jornal Opção.

José Maria e Silva, sociólogo e jornalista, edita o blog Palavracesa.