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sábado, 17 de agosto de 2013

Época confirma entrega de US$ 8 milhões de dinheiro sujo da Odebrecht, via Petrobrás, para campanha de Dilma

A revista que circula neste sábado, revela que encaminhou à Petrobras 27 questões sobre contratos com as empreiteiras Andrade Gutierrez, Mendes Júnior e UTC. ÉPOCA perguntou ainda a respeito da interferência do lobista João Augusto na celebração de contratos na área internacional da Petrobras. Em resposta, a assessoria de imprensa da Petrobras afirmou, pela segunda semana consecutiva, que não comentaria o assunto. Leia a reportagem:

. Lobista aponta mais empreiteiras com que tinha negócios na Petrobras
João Henriques denuncia os responsáveis pela entrega de propina a políticos em Brasília

DIEGO ESCOSTEGUY, COM FLÁVIA TAVARES, LEANDRO LOYOLA, MARCELO ROCHA E MURILO RAMOS
 
FALOU, SIM O lobista João Augusto Henriques na conversa com ÉPOCA. Ele tentou negar o que dissera num momento de sinceridade, mas foi desmentido pelas gravações (Foto: Reprodução)
FALOU, SIM
O lobista João Augusto Henriques na conversa com ÉPOCA. Ele tentou negar o que dissera num momento de sinceridade, mas foi desmentido pelas gravações (Foto: Reprodução)
Na noite da sexta-feira, dia 9 de agosto, quando a última edição de ÉPOCA se alastrava como pólvora pela internet e pelo mundo político, a pressão do poder desabou sobre o lobista João Augusto Henriques, que denunciara um esquema de propina do PMDB na Petrobras. João Augusto estava em Paris e, de lá, passou a ser atingido pela ira dos chefes do PMDB implicados por ele. Na edição que começava a circular, ÉPOCA – com base em contratos de gaveta dos lobistas do PMDB, em entrevistas, feitas em Brasília, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, com os envolvidos no caso e, posteriormente, no testemunho do próprio João Augusto – narrava detalhes do esquema. Ele dissera que de “60% a 70%” do dinheiro que arrecadava das empresas que faziam negócio na Diretoria Internacional da Petrobras, comandada pelo PMDB, era repassado a deputados do partido em Brasília. João Augusto denunciou, assim como outros envolvidos entrevistados por ÉPOCA, três casos em que isso acontecera. Num deles, segundo João Augusto, a construtora Odebrecht, que conseguira um contrato bilionário da Petrobras, repassara, por orientação dele, o equivalente a US$ 8 milhões ao PT, em plena campanha presidencial de Dilma Rousseff. João Augusto afirmou que o repasse tinha por objetivo vencer as dificuldades impostas pelo então presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, do PT, à assinatura do contrato. Dias antes da eleição de Dilma, Gabrielli o aprovou.

. Diante da pressão, João Augusto soltou uma nota negando o que dissera a ÉPOCA sem pedir anonimato. No texto, afirmou que nunca exercera “interferência nos contratos da área internacional da Petrobras” e que nunca repassara “qualquer recurso para pessoas, nem tampouco partidos”. Ainda no sábado, epoca.com.br publicou o áudio de dez dos principais trechos da entrevista de João Augusto – gravada também em vídeo (acima, as imagens). Desmentido, João Augusto disse a interlocutores que começara a reunir material para, se for o caso, colaborar com investigações oficiais no Brasil. Refugiou-se em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos – onde, por sinal, afirmara manter uma das principais contas bancárias que recebiam dinheiro do esquema.

(...)

Examinando as tabelas e planilhas, percebe-se que boa parte dos negócios envolve obras, manutenção ou construção de plataformas e prestação de serviços. Com a Andrade Gutierrez, foram assinados quatro contratos, incluindo um consórcio para construir uma unidade de tratamento de resíduos de petróleo, por cerca de R$ 2 bilhões. Foram 11 contratos com a UTC Engenharia de 2009 para cá, sete deles entre 2011 e 2012, num total de R$ 1 bilhão – muitos para pintura de plataformas na Bacia de Campos. João Augusto afirmou que tinha influência para operar fora da área internacional. “Pagava a quem de direito. Fazia (negócios) com outros partidos também (em outras áreas da Petrobras)”, disse João Augusto. Não lhe faltava conhecimento técnico e de gente na Petrobras para isso.

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